Um tiro em cada um
O telefone toca e o mordomo atende.
Do outro lado o patrão diz:
- Chama a minha mulher!
- Patrão... Eu não posso... É que... Ela está no quarto...
- E qual é o problema dela estar no quarto? Vai já chamá-la!
- Mas, patrão, é que... Ela foi com um homem...
- O quê? Com um homem? Na minha própria casa? Com outro homem?
- Pois... Sim, patrão...
- Meu Deus! Ela merecia... Merecia... Eu apetece-me matá-los! Matá-los! Olha lá, vais fazer o que eu te vou mandar, ouviste?
- Sim, patrão.
- Vai ao meu escritório e tira a minha pistola da gaveta. Vai até ao quarto e dá um tiro em cada um! Vai! Vinga-me!
- Sim, patrão. Eu já vou.
O mordomo pousa o telefone e vai cumprir as ordens do patrão.
Pelo telefone, o patrão ouve: toc, toc, toc... hriiiiccccc... PUM... PUM... crash... splash!
Dali a nada o mordomo regressa ao telefone e diz:
- Patrão, já está!
- Ao menos isso. Ao menos tu és-me fiel! Nem queiras saber como estou aliviado! Conta-me! Conta-me tudo! Conta-me como foi!
- Bem, patrão... Eu aproximei-me do quarto pé ante pé... Abri a porta com cuidado... Dei um tiro nele... Dei um tiro nela... Ele ficou logo caído, mas ela não morreu logo e cambaleou pelo quarto até à janela... Desequilibrou-se nessa altura, partiu a janela e caiu à piscina!
- Piscina? Mas... Eu não tenho piscina... De que número é que fala?